desabafos

Histórias

22º parte
A primeira parte foi emocionante, Beatriz e Ricardo estavam em êxtase, não se calaram nem um minuto!Já, Ana, agiu como se nem estivesse ali...embora ouvisse, por várias vezes, pessoas a gritar o nome dele, começou a lembrar-se da maneira que ele se apresentara da primeira vez que falaram, "sou conhecido por toda a cidade (...)", realmente só pensava como era possivel ela não saber quem ele era. Mesmo sendo o ídolo de Ricardo, nunca associou Miguel...
Na primeira parte não existiram golos,embora Miguel tivesse feito vários remates...
Beatriz depois de muito pensar de onde conhecia Ana,como se tivesse uma ideia que lhe daria acesso ao Euromilhões, deu um pincho e disse :
Beatriz- Já sei de onde te conheço! Tu, não és a tão amada pelo meu irmão?
Ana (corou)-Penso que te enganaste na pessoa!
Beatriz- Não eras tu que estavas no campo com ele?
Ana- sim era...talvez
Ricardo (interpolando-as)-Conheces o Miguel?
Ana- sim, falei umas quantas vezes com ele!
Beatriz- E foi suficiente para ele te amar.
Ricardo- Eu também queroooo falar com ele !!!
Beatriz- Então ficas comigo até ele sair do balneário, no fim do jogo e eu apresento-te em condições
Ricardo- Combinado, Pode ser não pode, Ana?
Ana- Não queres mais nada?
Beatriz- Não sejas assim, ficam os dois. E até podemos ir lanchar os 4... o miúdo ia adorar, tal como o meu irmão! Que dizes?
Ana- Logo se decide, não dou grandes confianças.


continua..
21ª parte

Ricardo (olhando para Ana)- Que supresa...Miguel nunca jogou a ponta-de-lança, só espero que lhe corra tão bem como quando joga a defesa.
Ana- Não sei, não sei como ele joga.
Beatriz que já estava mais calma, ouviu Ricardo a falar do seu irmão e olhando para ele disse:
Beatriz- Claro que vai correr bem. Ele tem garra e um óptimo remate.
Ricardo- (intrigado por ela se meter na conversa)- Eu sei, muito bem, isso. és fã dele?
Beatriz-Sou mais que isso.(sem desenvolver muito a sua resposta)
Ricardo- Fã número 1, não! Isso sou eu, sei tudo sobre ele!
Beatriz- Aposto que não sabes mais que a irmã dele.
Ricardo- Não disse isso...(como se tivesse um flash) és a Beatriz ?
Beatriz (sorrindo)- Sou sim, muito prazer e o teu nome posso saber?
Ricardo-Claro que sim, Ricardo, Ricardo Miguel.
Beatriz- Bonito nome e apresentas-te como o Bruno.
Ricardo- Eu sei...já falei uma vez com ele mas foi muito rápido...já agora, esta é a minha irmã Ana, hoje está um pouco rabugenta.
Ana parecia não estar naquele mundo ,pois nem ouvira que ao seu lado estava a irmã de Miguel. Quando houve o seu nome, depressa olha para o lado onde estava Beatriz e num enorme susto dá um salto quando houve Beatriz dizer o seu nome.
Ana (ainda incrédula)- sou a Ana, prazer.
Beatriz ia para cumprimentar Ana com dois beijos, quando Ana, lhe estica a mão para apenas um simples aperto de mão.
Beatriz-(paciente)- conheço-te? Tenho a sensação que sim.
Ana (lembrando-se que ela a vira da janela do quarto do Miguel)-Não, somos novos aqui.
Ricardo e Beatriz levantam-se em êxtase quando os jogadores entram em campo.
Miguel ouvindo a voz da sua irmã na direcção de onde tinha visto Ana olhou logo para lá e um sorriso extremamente coloroso o abranguiu. Parecia que so existiam aquelas 5 pessoas...Beatriz acenou-lhe e Miguel limitou-se a piscar o olho.
O jogo começou...

continua...

20ª Parte...
Entretanto, Ana e Ricardo chegaram ao campo e Ricardo fez questão de escolher um lugar em que visse tudo.Depressa, os jogadores sairam para aquecimento.
Ricardo desanimou ao ver os jogadores da equipa do seu ídolo a entrar e nada dele.
Comenta com a sua irmã e ela diz-lhe que ainda era cedo,Ricardo entra em êxtase e Ana olha para o campo.
Ana- Quem é? o teu famoso melhor jogador.
Ricardo- Aquele ali (diz apontando) o número 6.
Ana- Mas...(surpreendida e incrédula) aquele é o Bruno...
Ricardo- (sem entender) Afinal conhece-lo...é o Bruno, mas chamam-lhe apenas Miguel.
Ana- Pois, ele é Bruno Miguel.
Ricardo-E como é que o conheces?
Ana- Longa história e vieste para ver futebol, portanto, toma atenção.
Ana não acreditava no destino e muito menos em coincidencias mas aquela realidade era inacreditável.
Fez de tudo para que Miguel não reparasse na sua presença, mas num instante quando os jogadores se encaminhavam para o túnel, Ricardo grita pelo nome de Miguel,este ouve-o, olha na sua direcção quando avista Ana. Sorriu quase, instantaneamente, só lhe apeteceu correr na direcção dela e abraça-la como outrora fizera, porém, foi arrastado pelo treinador para o balnéario...
Já, Ana, estava com uma vontade de se ir embora, Ricardo continuava entusiasmadíssimo.
Quando, Beatriz e os seus pais chegam ao estádio reparam na imensidão de pessoas que lá estavam e procuram lugares, bons lugares para verem o seu campeão.
De repente, Beatriz dá um grito de felicidade dizendo que já viu os lugares perfeitos encaminhando-se para eles, lugares esses mesmo ao lado de Ana e Ricardo...
Beatriz senta-se logo na primeira cadeira mesmo ao lado de Ana...com tanto entusiasmo que tinha não reparou logo que estava ao lado da amada do seu irmão! só reparando quando Ricardo chama a atenção dando um pincho de alegria quando colocam a ficha do jogo no ecrã gigante e o homem diz o nome de Miguel, informando em seguida os adeptos que vai jogar pela primeira vez em toda a sua carreira como avançado.

continua...



19ª Parte...
Ricardo tinha um ídolo, para ele não havia melhor jogador que o seu ídolo, dizia com toda a convicção: "é o melhor, ninguém o vence e um dia serei como ele...  e terei tal como ele chegara a ter o símbolo da selecção ao peito"..
Porém, estando agora a morar um pouco mais longe do campo em que o seu tão grandioso jogador jogava, não poderia ir aos jogos sozinho por isso insistiu com Ana para que esta a levasse ao jogo de apresentação que decorreria nessa mesma tarde. Ana exitou mas após a tamanha insistência de seu irmão acabou por ceder.
Almoçaram tranquilamente nessa manha, visto que o pai estava fora em trabalho e só voltava á noite.
Ricardo- Obrigada, mana
Ana- De nada, ate me vai fazer bem sair...
Ricardo- Ainda por cima para vermos o que tanto amamos.
Ana- Só graxa. come!
Após uns minutos em silencio...
Ricardo- Se abrisses a porcaria da carta não estarias assim.
Ana- Vamos já acabar com a conversa, antes que volte com a minha palavras atrás!
Ricardo- É por isto que não me quero apaixonar... vocês ficam estranhos.
Ana (rindo-se)- nunca digas nunca. (acabam de almoçar) vai buscar o casaco que deve estar frio.
Ricardo (em tom de gozo)- frio? Está sol. Também não queres que vá buscar o impermeável?
Ana- mais uma dessas e ficamos em casa!
Ricardo- chantagista...
Ana (irónica)- Saiu tanto a ti, já viste?
Ricardo olha com ar de aborrecido para a irmã, mas acaba por não arriscar responder-lhe com receio que ela o castigasse e por isso ficarem em casa.
Dirigiu-se, portanto, para o seu quarto e volta numa rapidez inconfundível...
Ana- Meu Deus, se fosse para ir para a escola serias pior que um caracol.
Ricardo (já na porta de saída)- Vais ficar ai muito tempo parada? O aquecimento deve estar quase a começar e eu quero ver tudo!
Ambos saíram, Ana reparar por varias vezes no enorme sorriso que Ricardo desenhava no seu rosto, ao passar pelo campo, onde frequentemente Ana ia e onde tinha estado com Miguel, esta recordou tudo o que vivera e um arrepio a abranguiu...Ricardo chamando-a á realidade puxou-a pela mão com tanta ansiedade que tinha. Por ultima vez, olhou a janela do quarto de Miguel que estava entreaberta porém sem ninguém!
Todavia, em casa de Miguel estavam todos muito nervosos excepto Miguel que já estava em campo e á saída não parecera deveras nervoso. Beatriz estava numa pilha de nervos, parecia um jogo disputado por ela!
Entretanto, Ana e Ricardo chegaram ao campo e fizeram questão que encontrar um lugar em que vissem tudo desde a entrada ate á saída dos jogadores!
Rapidamente, os jogadores entraram para aquecimento...
Ricardo após bastante tempo calado, comenta com Ana que ainda não tinham chamado pelo seu ídolo, após ter dizer isto, chamam por Miguel que entra, rapidamente, em campo... o que deixa Ricardo em êxtase total.
Ana (olhando atentamente para o campo)- Quem é, então, o tão famoso jogador?
Ricardo- Aquele ali (apontando) o número 6.
Ana (perplexa)- Mas... aquele é o Bruno!
Ricardo (sem entender)- Afinal conheces-lo! É Bruno, mas todo os tratam por Miguel.
Ana- pudera, ele é Bruno Miguel.
Ricardo- Afinal sabes mais do que o que eu pensava, como o conheces?
Ana- longa historia e vieste para ver o jogo, portanto toma atenção.
Ainda incrédula com o que lhe estava a acontecer, tentou de tudo para que Miguel não reparasse na sua presença, porém Ricardo não ajudou e chamou a atenção de Miguel, quando grita o nome deste!



continua...



18ª Parte...
Entretanto, Miguel tinha chegado a casa e foi logo interrogado pela sua mãe sobre o que se passava na sua vida para agora ter tantas mudanças repentinas de humor...
Miguel- Oh mãe, é o amor! Estou completamente apaixonado...
Mãe- isso é tudo pelo futebol? (inquietante)
Miguel (sorrindo)- Não, mãe, por uma rapariga...
Mãe- Uau, (surpreendida), estás mesmo apanhado, rapaz!
Miguel (sem entender o porquê da mãe perceber logo que o estava)- Mau ainda agora disseste que era pelo futebol, como é que agora o afirmas com tanta convicção?
Mãe- ora Miguel, fui eu que te trouxe ao mundo, conheço-te melhor que ninguém, só o simples facto de não a tratares como "gaja", como é comum em ti, vê-se logo o quanto é importante para ti...
Miguel depois destas palavras ficou estupefacto levando-o a correr para a mãe e sussurrando-lhe ao ouvido "Obrigado por puder contar sempre contigo, melhor mãe do mundo"
Beatriz entra e com uma pinga de ciumes pergunta:
Beatriz- também há lugar para mim nesse abraço?
Miguel (com lágrimas nos olhos)- claro mana, há sempre lugar para ti..
O inicio das aulas aproximavam-se, as tarefas la em casa tornavam-se constantes e todos ajudavam.
Ana voltou a não dar noticias a Miguel, e Miguel continuava na incógnita da incerteza de saber se Ana gostara ou não da sua surpresa... começando a perder a esperança de algum tipo de relação para alem de uma singela amizade... evitava por isso de falar nela, porém era atraiçoado pelo seu coração porque lá ela jamais sairia e a imagem do seu sorriso e olhar quando o olhara nos olhos pareciam-lhe querer assombra-lo durante a noite com tamanha beleza...
Já, Ana, continuava sem abrir a carta para grande inquietação de seu irmão que parecia mais curioso que ela em saber o seu conteúdo literário...por varias vezes tentara convencer a sua irmã a abri-la mas fora, ate agora, em vão!
O sorriso, o gesto e principalmente a imagem de Miguel lavado em lágrimas, também não lhe saíra do pensamento ...



continua...



17ª Parte...
Já era quase hora de almoçar e ela permanecia ali olhando a carta ainda na duvida se a devia ou não abrir. De repente, levanta-se, ganha coragem e abre-a... ainda sem desdobrar o delicado papel azul que continha...exita, ela estava com medo não entendia bem de quê, mas tinha-o.
Ricardo que fora intrigado para o seu quarto espreitara agora pela réstia de porta que tinha deixado por fechar, olhou discretamente para o interior, não entendia o porquê da irmã estar com tantas coisas... como viu que ela iria demorar naquela indecisão incessante decidiu ir ele mesmo tentar fazer o almoço...
Pois com certeza de que o pai não acharia piada se não tivesse comida quando chegasse a casa e como a sua irmã estava completamente a leste do que se passava, começou a pensar no que poderia fazer... uma comida fácil, rápida de se preparar e que não admitisse riscos de se magoar..
E assim foi, foi para a cozinha e começou a preparar o almoço!
Ana continuava absorvida nos seus pensamentos e sem ler a carta, olhando a flor com uma grande admiração. De repente, ouve o barulho de fritar, cai na realidade e fica bastante surpreendida...
"não pode ser o pai, mas se não é ele, quem será"- pensou...
Desceu as escadas de sua casa, foi até a cozinha e ficou completamente perplexa quando vê o seu irmão de avental e em volta dos tachos. Sorriu e deixou-se ficar a admirar aquele lindo retrato que a encheu de orgulho.
Quando Ricardo dá pela sua presença, fica atrapalhado...
Ricardo- estás a gostar?
Ana- estou a adorar...
Ricardo- pois está bem,então vê la se ajudas...(já aparentemente zangado)
Ana- sabes... (diz calmamente e ainda petrificada) é bom saber que não adquires a mesma posição do pai quanto ás mulheres.
Ricardo (fazendo-se de desentendido)- que postura?
Ana- A de machista, Ricardo!
Ricardo- Não, não penso como ele... Acho que tanto os homens como as mulheres tem os mesmos direitos e os mesmos deveres...
Ana- Estás um homem, fedelho...
(calaram-se os dois, começando assim os dois em silencio).


continua...

16ª Parte...
Ana sem entender disse que sabia exactamente o que queria e era só mesmo o pão...
Empregado- Bom dia Ana, Sumo de laranja ou pêssego?
Ana- hoje é só mesmo o pão, obrigada.
Empregado- não me parece que vá recusar um pequeno-almoço pago...
Ana- podia explicar-se?
Empregado- Pagaram-lhe o pequeno-almoço e ainda lhe mandaram isto (entregando a flor e a carta)
Ana (já corada)- há quanto tempo lhe deram isto?
Empregado- nem á 30m, menina...
Ana por momentos lembrou-se da mota que vira... e pôs a possibilidade de ser mesmo a de Miguel...depois de muito pensar disse por fim ao empregado que continuava esperando uma resposta...
Ana- Então pode ser de laranja, Obrigada.
Ficou a olhar a carta, tinha a certeza que era de Miguel... porém faltou-lhe coragem para a abrir, pousou-a no seu colo. Entretanto, chega o empregado que lhe entrega o "pedido". Ana pergunta quanto é pelo pão e este informa-a de que é por conta da casa e para guardar o dinheiro para quando for sair com o "simpatiquíssimo" rapaz...Ana exitou em aceitar, não gostava de favores mas la aceitou... tomou o pequeno-almoço, sempre a olhar para a carta e para a flor.. Lembrou-se do sorriso de Miguel e quanto ele a fez feliz na noite anterior. Saiu da padaria... caminhando lentamente para casa, ainda sem abrir a porta olhou uma ultima vez a flor e perguntara-se como é que ele tinha acertado na sua flor preferida, "será que foi mera coincidência?"-pensou.
Chegou a casa, o seu pai estava na sala.
Pai- esse pão foi demorado, ainda o foste fazer?
Ana- Nem te respondo.
Pai- Que flor é essa?
Ana (atrapalhada)- É minha, é uma Margarida.
Pai- Isso sei eu, ou estás a chamar-me burro? Quem ta deu?
Logo que o pai pergunta isto, Ricardo aparece na sala, apercebeu-se da atrapalhação e como ouviu a pergunta do pai, interferiu...
Ricardo- Fui eu que lha ofereci (dirigindo-se depois para Ana piscando-lhe o olho) Gostaste mana?
Ana- Sim, mano, adorei. Obrigada
Ricardo- Tu mereces por tratares tão bem de mim.
Ana- Vens comigo até ao quarto?
Pai- que gesto lindo, filho, orgulho-me muito de ti.
Ana olhou para o pai surpreendida, não entendia como ele diferenciava tanto na relação que tinha com os seus dois filhos... seria machismo?
Mas como não queria discutir logo pela manha, seguiu com o irmão para o quarto...Ao entrarem, Ricardo, sorri-lhe!
Ana- Obrigada, se não fosses tu estava bem tramada com as perguntas do pai, devo-te uma.
Ricardo- Até parece. Fazias o mesmo por mim.
Ana- mesmo assim. obrigada
Ricardo- não tens de quê. Mas já agora quem ta deu?
Ana- eu vi logo!!!
Ricardo (já desanimado)- não não viste nada e não me chames interesseiro! só dizes se quiseres, não te vou cobrar pela ajuda.
Ana- sendo assim... (começando a ceder)... digamos que nem eu sei quem ma deu...
Ricardo- Então? (sem entender) como a tens?
Ana- Foi o empregado da padaria que ma deu, quando fui buscar o pão...
Ricardo (zangado)- MAUUUUUU! (gritando) Ele tem quase idade para ser nosso pai. Eu vou já falar com ele.
Ana soltou uma valente gargalhada...
Ana- calma, fedelho! Ele só me entregou não ma deu... alguém deixou a flor e esta carta para ele me entregar... (tireando a carta do bolso)
Ricardo- Que foleirice lamechas...
Ana- Ricardoooooo! (irritada)... já nem te digo mais nada!
Ricardo- vá pronto desculpa... de quem é?
Ana- não sei, ainda não a li... (olhando para o irmão para ver a sua reacção)
Ricardo (incrédulo)- Miúdas... fazemos tudo por elas e dá nisto!
Ana (completamente surpreendida)- Uiiiii... o meu irmão romântico, não conhecia esta faceta!
Ricardo- Até parece, não me vias a fazer isto... jamais! bahhh
Ana num gesto carinhoso, faz uma festa no cabelo do irmão, despenteando-o...
Ricardo- Bem vou para o PC. precisas de mim?
Ana- não, obrigada, podes ir... eu depois passo la.
Ricardo- e lê a carta, miúda, uma ameaça não vem acompanhada de uma flor. (fazendo-lhe uma careta)
Ana- puto parvo (rindo-se)
Ricardo (sai do quarto acrescentando)- mas tu gostas...
Ana pousa a carta e a flor na cama, vai para a janela, senta-se e fica a olha-las...



continua...


15ª Parte...
Miguel- Posso-lhe pedir um enorme favor?
Empregado- Se puder ajudar,diga meu senhor.
Miguel- Podia-me entregar esta carta á menina Ana, juntamente com bolo que ela mais consome e um sumo natural?
Empregado- Claro que sim,quer que lhe dê também uma Margarida?Penso que é a sua flor preferida.
Miguel- Seria perfeito.Muito obrigada.Quanto lhe devo?
Empregado- São 2,35€.
(Miguel entrega o dinheiro e a carta.)
Miguel- Então muito obrigado e continuação de bom dia.
Empregado-De nada. Bom dia.
Miguel sai da loja e dirige-se para a mota.
Só pensava como poderia ser a reacção de Ana quando vir a surpresa que lhe preparou.
No instante que Miguel arranca , Ana sai de sua casa para ir buscar o pão. Reparou que a mota que vira era parecida com a de Miguel, mas afastou esse pensamento dizendo que já só o via á frente...Entra na padaria, dirige-se ao balcão, pede a costume e o empregado diz-lhe que era mais do que o costume naquela manha!

continua...


14ª Parte..
Acabando a carta ficou a admirar a sua irmã dormindo, deitou-se ao seu lado,acarinhou-a... acabando assim por adormecer.
No dia seguinte, Beatriz acorda com Miguel a abraça-la ainda dormindo, ficou a observa-lo estava tão calmo, tão feliz, parecera aos olhos de Beatriz um anjo, o seu anjo.
Toca-lhe no seu cabelo, acariciando-o... Miguel acorda e num salto abraça a irmã, diz-lhe que ela é uma das melhores coisas da sua vida, dá-lhe um beijo na testa como só ele fazia. Levanta-se da cama  todo sorridente,começa a cantar e a fazer palhaçadas, enquanto sua irmã estava radiante em vê-lo assim.
Miguel depois de vestido e pronto para sair, pega na carta, coloca num envelope,e guarda no bolso das calças. Volta a dar um beijo a sua mana e deseja -lhe bom dia, informando que não se demorava muito. Saiu apressadamente...dirigiu-se para casa de Ana,quando lá chegou , exitou ficar a olhar para as janelas perguntando-se em qual seria a do quarto de Ana. Começou a pensar numa forma de entregar a carta a Ana sem ser ele... pensou em coloca-la no correio , lembrou-se que o pai poderia apanhar e não achar piada ,pensou em mil e uma formas mas nenhuma era 100% credível e romântica. Depois reparou na padaria, a duas casas a baixo da Ana, entrou e perguntou ao empregado se era ela que vinha buscar o pão...recebeu um resposta afirmativa , ficou pensativo e por fim pediu-lhe um favor...


continua...


13ª Parte...
Miguel termina de contar e Beatriz permaneceu no silencio...
Miguel (intrigado)- Uiii, nem parece teu estares calada, sua tagarela, que se passa?
Beatriz (disse pausadamente)- Sabes...a vossa pequena grande historia faz-me sonhar, são bastante puros quando estão juntos, ambos não admitem mas o destino cruzou-vos no presente e agora só têm que aproveitar.Olha-me para esse sorriso, meu puto, e esse brilhozinho nos olhos, não enganam ninguém...vocês amam-se eu vi a maneira como vocês interagem um com o outro, vi também o abraço que lhe deste e o quanto vocês ficaram perfeitos juntos... se amas não desistas, acho que pela primeira vez, amas mesmo alguém... mano!
Miguel que ate agora estava muito calado reagiu por fim.
Miguel- Eu sei que nada acontece por acaso, eu vou lutar por ela.
Beatriz- Este é o meu irmão! Tocas mais um pouco para mim? Estava a saber-me tão bem, maninho
Miguel voltou a pegar na viola e começou a delinear notas e depois de uma bela musica romântica que tinha escrito á pouco tempo soar nos ouvidos de Beatriz, adormeceu... Quando, Miguel, se apercebe tenta desviar o seu braço, levanta-se, vai buscar o edredon que tinha sempre no armário, para estas ocasiões e cobre a sua mana e as suas palavras enquanto o fazia, surgiam-lhe no pensamento.. ela tinha razão,  ele teria que lutar por Ana se realmente a amava...
Deu um beijo na testa de Beatriz, senta-se na secretária e começa a pensar numa surpresa para Ana... lembrou-se por fim de uma, pegou numa caneta e num papel azul bebe que tinha do trabalho da mãe, e começa a delinear palavras vindas do coração ... e escreveu as seguintes palavras...
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"Olá pequenina!
Estava no silencio do meu quarto, quando me lembrei do primeiro dia em que te vi jogar, achei totalmente que tinhas nascido para aquilo, a maneira como encaras a bola é extraordinária, sente-se que a adquires como tua amiga e como um refugio aos problemas, apaixonei-me pela forma de jogares desde o primeiro segundo, Parabéns, quando vi todos a irem embora e tu a permaneceres la sem uma réstia de desistência admirei-te ainda mais.
Aproximei-me, pensava eu que ias gostas (fui estúpido, em pensar assim) mas enganei-me redondamente. Fiquei toda a noite a pensar em ti... tal como agora o estou a fazer, e amanha irei fazer exactamente o mesmo. As duas semanas sem te ver, foram as mais longas da minha vida, esperei-te milhares de vezes mas só aconteceu hoje e nunca mas nunca me senti tão bem em toda a minha vida. Tenho pena de não ter sentido o calor dos teus lábios, num beijo intenso de amor, mas como tu disseste, pequenina "tudo a seu tempo". Não quero de maneira alguma pressionar-te a nada,  só queria que abrisses o teu mundo para mim, tal como eu o estou a fazer... com certeza que irei amar cada recanto dele. Se me amares tanto como eu te amo, prometo fazer de ti a mulher mais feliz que existe no mundo

Ansiosamente á espera de uma noticia...
O teu eterno Bruno Miguel... 

 PS: lembraste da estrela que te prometi? aqui está ela:
(é pequena mas com grande sentimento)


Agora te prometo que te darei o meu mundo e amor se me amares tanto como eu
"palavra de escuteiro e futebolista"
De:  B.Miguel..

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continua...


12ª Parte...
Entrou em casa e Miguel dirigiu-se para a sua. Quando, Ana, entrou já estavam todos a dormir e ela foi para o seu quarto, atirou-se para a cama, sorriu, sorriu, sorriu e sorriu... já não se lembrava de sentir uma tamanha felicidade, recordou-se do momento em que quase se beijaram.. e adormeceu assim... sonhando com Miguel.
Beatriz, estava no quarto do seu irmão, com a viola dele no colo, quando este chega a casa.
Estava ansiosa por saber todas as novidades.
Miguel olhou para ela, sorriu ainda mais, pegou na viola.. sentou-se ao seu lado. Começando a tocar para ela com o seu sorriso deslumbrante estampado no seu rosto. Beatriz já sentada na cama, olhava-o admirada e embebecida... Apesar das horas já não serem as adequadas ele continuava tocando para a sua irmã, coisa que muitas vezes acontecia mas naquela noite o som da viola soou a Beatriz como tranquilizador, calmo, sentia-se no ar de apaixonado a pairar naquele sitio pacato. Miguel pára de tocar e começa a acarinhar a irmã...
Beatriz- Sabes... já estou para te dizer á muito tempo...que...
(fez silencio á espera que Miguel falasse)
Miguel- Que o quê? pequenina...
Beatriz- que te Adoro! (Olhando-o nos olhos)
Miguel- Ooohhh minha pequenina! eu também te adoro muito... e prometo que estarei sempre aqui que precisares ao teu lado.
Beatriz- E se não precisar , não estás, é?
Miguel (sorrindo)- Agora precisas?
Beatriz (sem entender)- Não...
Miguel- Então aí tens a resposta. Estarei sempre contigo.
Beatriz- Como correram as coisas com a Ana? Eu vi-vos lá em baixo.
Miguel-  Eu sei que viste e ela pensou que eras minha namorada.
Beatriz (assustada)- A sério? Estraguei tudo?
Miguel- Não, não estragaste tudo.
Beatriz- Ahhh que alivio! Mas vais-me contar tudo ate ao mínimo pormenor ou não?
Miguel começou a contar tudo, sem se esquecer de nada e sempre que dizia o nome de Ana esboçava um sorriso maravilhoso!
Beatriz, ouvia fascinada... admirava as respostas que Ana dava... demonstravam-lhe garra e reparava a cada sorriso de Miguel o quanto ela lhe era importante..

continua...


11ª Parte...
Miguel- Sim, pois elas enquanto são novas, são reservadas e fechadas mas á medida que vais tratando delas elas abrem-se e ficam a mais bela for que alguma vez vi, tal como tu.
Ana (sem saber como reagir)- Tenho mesmo de ir, senão ainda vou experimentar a mão do meu pai, hoje!
Miguel- os seus pedidos são ordens, princesa.
Subiu para a mota, onde Ana já estava sentada... Quando o improvável quase acontecia...
Ana ia-se a encostar a Miguel, colocando a sua cara no seu ombro para sentir a sua protecção quando... Miguel olha para ela e ia perguntar se podia arrancar... quando... quando... ficam bastante...perto um do outro... os lábios tocam-se ao de leve como se tratassem de penas frágeis, estavam quase a entregar-se um ao outro quando... a vizinha estraga tudo e entra com o carro..Separam-se num sobressalto.
Miguel (virando-se para Ana)- Raio da velha estraga sempre tudo!
Ana (soltando uma gargalhada atrapalhada)- Tudo tem o seu tempo, meu puto...
(Miguel ouviu muito bem, o pronome possessivo "meu" que Ana utilizou mas preferiu não a envergonhar mais)
Miguel- vamos lá!
A viagem foi o mais curta e silenciosa possível...ambos pensavam no que acabara de acontecer e sorriam sem o outro saber, excepto Miguel que acompanhara todos os movimentos de Ana, pois dirigiu o retrovisor para a ver... sem ela reparar...
Chegaram a casa de Ana, saíram da mota... entre olhavam-se e a cada olhar os sorrisos surgiam mais radiosos e mais envergonhados, as palavras eram desnecessárias pois todos os gestos falavam muito mais que elas...
Aquela noite, não poderia ser melhor para ambos...
Ana (arrastando a voz como se quisesse que o tempo parasse)- Até depois, Bruno!
Miguel- és a única, depois da minha mãe, a chamar-me pelo primeiro nome...
Ana- Mas não gostas? eu adoro o nome Bruno.
Miguel- Gosto gosto... os não estou habituado, pequenina.
Ana- desculpa...
Miguel-de quê?
Ana- da maneira como te tratei da primeira vez... não merecias de todo
Miguel- quem gosta perdoa..
Ana (Pensativa)- e tu gostas? hm...
Miguel (atrapalhado)- tenho de ir... desculpa, ate depois então
Ana- pois eu também, ate depois puto
(Despediram-se subtilmente  e ao de leve com dois beijos na face)
Ana caminhou lentamente até á porta, colocou a chave e olhou uma ultima vez para Miguel, este, continuava  com o seu belo sorriso, olhando para ela.
Entrou em casa e Miguel seguiu para a sua, quando viu que ela tinha entrado...


continua...



10ª Parte...
Ana olhava-o bastante surpreendida com as respostas e atitude que ele tomava, reparou no quanto ele era diferente dos rapazes que conhecia...
Miguel- E tu? Namorados.
Ana- Sim, o Ricardo.
Miguel (desiludido e mudando a sua expressão)- Ok, ele sim não precisa de ter cuidado, não dás confianças...
Ana- Pois, mas ele conseguiu-a desde que nasceu.
Miguel (com uma raiva)- Ahh. São amigos de infância.
Ana- Não, é meu irmão..
(Ana riu-se da cara que Miguel fez e este sacudiu a cara como se tivesse a chamar-se parvo, empurrou Ana e começaram a rebolar na areia do campo)
Miguel (sacudindo-se, já sentados novamente)- São quase 21h, não devias de estar em casa?
Ana- dever devia, mas não quero saber. Estou bem aqui.
Miguel- é melhor irmos, eu levo-te a casa...pequenina
(Ana volta a deitar-se e diz para Miguel)
Ana- estás a ver  aquela estrela, a mais brilhante?
Miguel (deitando-se também colocando o braço por baixo da cabeça dela)- Sim, queres-la?
Ana- quem me dera, foi para aquela que olhei quando tinha saudades tuas... marcaste-me... Bruno Miguel
Miguel (sem reacção)- Um dia dar-te-ei uma estrela.
Ana- prometes?
Miguel- sim mas agora vamos...
Ana- tem de ser...
Miguel levanta-se, ajuda Ana a levantar-se, fica a finta-la com o olhar e na luz da lua ela parecera-lhe ainda mais perfeita, sentiu um turbilhão de borboletas na barriga e o seu pensamento só se  centralizava na beleza do seu sorriso e se Ana estaria a sentir o mesmo... Voltou a ver o sorriso na sua cara e entendeu que tinha a sua resposta...
Ana-acorda rapaz, desce á terra! ou então terei que ir a pé...
Miguel- vamos vamos. temos é que ir buscar a mota á garagem, pode ser?
Ana- Leva-me ao fim do mundo, puto... (fez uma pausa)... que tu vês!
Miguel (perplexo)- Só disseste "que tu vês" para disfarçar não foi?
Ana-deves pensar que me conheces deves...
Miguel não pronunciou mais nenhuma palavra ate chegarem á garagem, aquele "leva-me ao fim do mundo" entoou-lhe na cabeça...
Chegaram á garagem, Miguel entrega-lhe um capacete e vai buscar o outro ao armário, quando... viu um ramo de rosas em cima da mesa de trabalho do pai... parecia propositado, "mas que coincidencia" pensou para ele. Colheu uma com muito cuidado, segurou-a atrás das costas, aproxima-se de Ana e fica a olhar para ela...
Ana (já incomodada e envergonhada)- que se passa? não tens gasolina? (sorriu-lhe)
Miguel entregando a rosa e olhando-a com admiração..
Miguel- para ti... és parecida com as rosas, sabes?
Ana- Ai sou? como?
(...)



continua...


9ª Parte...
Ana encontrava-se em Peniche de férias com os pais e o irmão. Tinham partido dois dias depois da tarde com Miguel. Tal como ele, Ana também não parara de pensar nele e se de dia os pensamentos eram frequentes á noite estes ainda eram mais no silencio da escuridão. Tinha, nestas ultimas semanas visto paisagens magnificas, exclusivamente belas, mas só conseguia pensar em Miguel e como o pai não a deixava jogar frequentemente futebol com Ricardo, tornava estas saudades ainda maiores, porém estas ficariam findadas daqui a dois dias... Ana só queria chegar a casa e ir a correr para o campo ter com Miguel, só desejava vê-lo novamente a jogar...
||
Passados dois dias, Domingo,Ana regressa a casa, arruma as suas coisas, veste-se, pega na mochila e sai sem dar justificações.
Chega ao campo, la estava Miguel a rematar contra a barra, Ana aproxima-se lentamente para que ele não desse  pela sua presença e quando ele "remata"... falha... pela primeira vez desde que o conhecia Ana  viu-o falhar.. ia a falar quando repara que ele chorava, sem saber como reagir, recua...ia-se embora quando o vê sentar-se no chão, a chorar, lágrimas escorriam-lhe pelo rosto...
Ana viu que a bola ficou perdida, foi busca-la em silencio, voltou para o lado dele...
Ana- Sabes o teu erro está na posição do teu pé de apoio, se o inclinares um pouco mais para a esquerda e forneceres na bola um trajecto um pouco mais curvilíneo, a probabilidade de falhar reduz significativamente.
Miguel (já com o seu lindo sorriso)- E posso saber quem pensas que és para me dizeres o que devo fazer?
Ana- Sou a pessoa menos conhecida da cidade...
(Ambos sorriram)
Miguel (atrapalhado e bastante receoso)- Posso fazer uma coisa que já tenho vontade de fazer á muito tempo?
Ana (sem entender)- Faz...
Miguel levanta-se , olha para ela e abraça-a... tratando-a como um tesouro, para ele era exactamente o que ela era... o seu tesouro. Ambos fecham os olhos, sentem o vento que era quente nessa noite, noite de verão... Miguel começa a gira-la no ar... os seus cabelos esvoaçam e tocavam no seu rosto. Afastando-se sussurram...
Miguel- Tive saudades tuas...
Ana- Eu não.
Miguel- A sério? Não é isso que o teu olhar me diz..
Ana- sabes muito, Bruno Miguel
Miguel calou-se, olhou-a com admiração, e bastante surpreendido
Ana- que se passa?
Miguel- Ainda sabes o meu nome, julguei já o teres esquecido...
Ana- Não. tal como não me esqueci de ti (disse numa voz baixinha, envergonhada)
Miguel- não te compreendo...
Ana- porque?
Miguel- tanto és meiga e sincera, como fria e agressiva.
Ana- A minha vida não é fácil, desculpa.
Miguel- Isso eu reparei da ultima vez...Queres falar? As míudas dizem que sou um bom ouvinte (fez-lhe uma careta)
Ana-Não falo com desconhecidos e muito menos convencidos...
Miguel- é isso que eu sou para ti? um desconhecido?
Ana- claro... só sei o teu nome..
Miguel- isso resolve-se, (volta a sentar-se),  pergunta, eu respondo a tudo.
(Ana senta-se também)
Ana- Que idade tens?
Miguel- 17, faço 18 daqui a duas semanas.
Ana- humm...
Miguel- e tu?
Ana- 17, já feitos o mês passado
Miguel- Parabéns atrasados, pequenina.
Ana- pequenina? sou apenas um pouco mais pequena que tu, Puto!
Miguel- Não deixas de ser pequenina... (pensativo)... puto? odeio-o que me chamem isso.
Ana- odeias? (em tom de gozo) então vou passar a chamar-te puto.
Miguel- está bem... de ti tem um sabor especial.
(Ana já corada e envergonhada)
Miguel- Ficas ainda mais bonita envergonhada e eu que julgava isso improvável (olhava para ela com o olhar mais ternurento que ela alguma vez viu)
Ana- deves dizer isso a todas as miúdas que conheces!
Miguel-  Não, até foste a primeira...
Ana tentando parar a conversa... para não dar a entender a sua atrapalhação...
Ana- Bem e onde moras? muito longe daqui?
Miguel olha para a janela do seu quarto, a luz estava acesa, soltou uma gargalhada quando vê Beatriz na sua janela a observá-los!
Miguel (apontando para a janela)- Aquela janela ali, onde está a luz acesa, é o meu quarto.
Ana (quando vê a rapariga)- e aquela é a tua namorada?
Miguel (rindo-se)-  Não, é a minha irmã Beatriz, tem a tua idade... haviam de gostar uma da outra... sois parecidas...
Ana- Talvez um dia, puto, e namorada? Ela deixa-te andar na rua ate esta hora?
Miguel- sim, deixa, é bastante compreensiva.
Ana- humm, ok... eu tinha cuidado contigo... isso sim
Miguel- A minha mãe deixa-me estar até tarde na rua, a melhor namorada que podia ter... ela e a minha irmã, as duas mulheres da minha vida, ups três... contando com a bola (sorrindo para Ana)
Ana (surpreendida)- que bonito, Bruno Miguel.


continua...




8ª Parte...
Miguel já não via Ana desde que passaram a tarde juntos, todos os dias passava em frente á casa dela,
passava toda a tarde na janela do seu quarto á espera que ele aparecesse no campo...mas até agora não havia sinal de Ana... pensou o pior, quando falou com uma vizinha dela e a resposta que obteve foi a de que ela tinha saído com os pais e cheia de malas...
Beatriz compreendia a sua inquietação, queria ajudar o seu irmão mas não sabia como, não conseguia entender o porque de Miguel, sendo como era não lhe ter pedido o numero de telemóvel ou o email. Entendeu por isso o quanto Ana era importante e especial para ele.
Miguel agora fechava-se no quarto, ia aos treinos por obrigação, estes tinham perdido o seu verdadeiro sabor, deixou de falar tanto com os pais...
Uma noite a mãe de Miguel questiona a filha quanto ao comportamento adquirido pelo seu irmão ao qual Beatriz responde:
Beatriz- Oh mãe, dá tempo ao tempo, ele não admite mas está apaixonado por uma rapariga que viu a jogar futebol e agora não a vê á 2 semanas...
Mãe- humm... só podia ser rapariga, então isso passa.
Beatriz- Olha que não sei... Ele gosta mesmo dela, só não o admite.
Mãe- O tempo cura tudo... já dizia a tua avó.
Beatriz- tu e os ditados populares, mãe...
Entretanto, chegara Miguel a casa, vinha completamente cansado do treino, cumprimentou-as, perguntou se estava tudo bem esperou a resposta e foi para o seu quarto. Beatriz vai atrás dele... Exitou a entrar pois Miguel que raramente fechava a porta do seu quarto, nessa noite fechou-a. Bateu á porta, não obteve resposta, ouvia-se a musica do lado de fora o que levou, Beatriz, a abri-la sem insistir mais em bater. Miguel estava sentado no parapeito da janela com a viola no colo e ele olhava para o campo, nem dando aparentemente pela presença de Beatriz, o que a fez esperar que Miguel desse por ela. Beatriz fintava-o com um olhar ternurento quase que conseguia adivinhar os pensamentos que poderiam abranger Miguel naquele momento, Ia encostar a cabeça á parede sem tirar olhos do mano, quando este diz:
Miguel (olhando para o campo)-vais ficar ai muito tempo calada, Beatriz?
Beatriz- Pensei que não tinhas dado pela minha presença.
Miguel- Dei, só estava á espera que falasses.
Beatriz- Estava a observar-te... (já ao lado do irmão, colocando o braço sobre o seu ombro)
Miguel- Não tens mais nada que fazer, rapariga.
Beatriz- Em que pensas?
Miguel- Na vida, na minha vida!
Beatriz- Na Ana, na tua Ana. (tentando fazê-lo sorrir)
Miguel- Ela não é minha... (pensativo)
Beatriz- Ahhh! (surpreendida) pelo menos não negas que pensas nela.
Miguel- Para que o havia de fazer? Se me conheces tão bem? Seria em vão...
Beatriz- Pois seria mas podias tentar como fazes sempre.
Miguel- Tenho saudades dela, de a ver jogar...
Beatriz olhou o seu irmão com ternura, nunca pensou que seria tão fácil.
Calou-se, nunca pensou que seria tão fácil obter a confirmação do irmão, viu no seu olhar o quanto as palavras que disse eram puras e sentidas. Ficaram ambos em silêncio, a olhar lá para fora, estava tudo dito e os olhares que se faziam falava mais do que qualquer palavra. 



continua...


7ª Parte...
Beatriz ao ver o seu sorriso pergunta:
Beatriz- Seja bem aparecido... que sorrisinho parvo é esse?
Miguel- Conheces-me bem isso nem sempre é bom.
Beatriz- Bem neste caso até uma criança percebia mano.
Miguel- Pois está bem. Tive com a Ana!
Beatriz- mais uma? quem é essa agora? conheço-a?
Miguel- Esta não! não é uma qualquer e muito menos mais uma... pois não gosto dela desse modo como estás já a pintar. E penso que não, não a conheces.
Beatriz (pensativa)- Calma... a Ana é aquela rapariga que joga futebol e que ontem te deixou tão pensativo?
Miguel (embaraçado)- Sim...
Beatriz- eu vi logo... Pelo menos já sabes o nome (fazendo-lhe uma careta).
Miguel- Consegues ser tão parva, Maria Beatriz. Fala menos e joga mais.
Beatriz (ignorando o que o irmão disse)- E que mais sabes sobre ela?
Miguel- apenas onde mora...
Beatriz (rindo-se)- já sabes isso? Tá bem tá.
Miguel- não pela razão que estás a pensar que sei, menina. Chegou ás 18h e ela disse que tinha de ir a correr para casa senão ia ouvir do pai... acho que eles não se dão muito bem... Ela não me disse nada mas da maneira como ficou..
Beatriz- Sabes que nem todos têm os nossos pais, mano.
Miguel- pois isso não...
Beatriz- E muito menos uma vida fácil como a tua: O melhor da equipa, capitão, amigos (salientou), verdadeiros amigos, uma mota, pais compreensivos e que te apoiam em tudo, carinho, miúdas e saídas á noite, não podes pedir muito mais...
Miguel (a olhar para o céu e mexendo no seu relógio dado pela sua avo)- Namorada (fez-se silencio) que me ame pelo que sou e não pelo que tenho.
Beatriz- A Ana?
Miguel (já no seu tom normal) caraças, fedelha, já te disse que não gosto da Ana dessa maneira. E agora vamos para casa que a mãe pediu para não demorar..
Beatriz- o último a chegar arruma a cozinha, oh Apaixonado.
(começa a correr)
Miguel (começando também)- vais levar...
Beatriz- Apanha-me.
Com isto, rapidamente chegaram a casa... o pai deles estava no sofá... Miguel depois de questionar a mãe sobre se necessitava da sua ajuda e ela negando, sentou-se ao lado do pai... Beatriz, foi para a beira da mãe.
O pai de Miguel questionou-o sobre todas as coisas que os pais deviam de falar com os filhos. Eram bastante interessados por tudo o que se passava com Miguel e Beatriz e quase nada lhes escapava na vida de ambos. O jantar deles foi bastante calmo, como já era comum naquela casa... ao contrário da da Ana que em casa jantar ou momento juntos era discussão.
Ana depois de jantar fechou-se no quarto e só saiu de lá para ir dar um beijo de boa noite a Ricardo e aconchegando-lhe a roupa.
Estavam a uma semana de começar as aulas. Miguel iria para o 12º Ano, Beatriz e Ana para o 11º Ano. Mal elas imaginavam que o futuro destas raparigas se iriam cruzar.
Ana mudou de escola, por ter mudado de casa, e iria ficar agora na mesma turma que Beatriz.



continua...


6ª Parte...
Miguel, entretanto, tinha chegado também ele a casa e foi também questionado por ter chegado tão tarde pois não era comum isso acontecer.
Mãe- Boa noite, filho. Onde estiveste?
Miguel- Boa noite... estive... estive (exitante)... estive a jogar futebol.
Mãe- Ahhh! Ok.. e não levaste a tua irmã? nem parece teu, Bruno Miguel.
Miguel- Não levei porque não estive sozinho.
Mãe- Isso já explica. Está bem, agora vai para o banho que já se faz tarde, filho.
Miguel- Ok e desculpa não ter avisado. Até já.
Mãe- Até já.
Miguel dirigiu-se para a porta, quando pára, olha para sua mãe e sorri-lhe.
Depressa tomou banho, vestiu-se e teve uma vontade enorme de conversar e contar as novidades á sua irmã o que o levou a procurá-la no seu quarto. Como não a encontrou foi perguntar á mãe.
Miguel- Oh mãe... a Beatriz e o pai?
Mãe (em tom de brincadeira)- Hoje andam todos fugidos de casa... mas a tua irmã avisou onde estava (sorriu para o filho) está la em baixo, adivinha a fazer o quê... e o teu pai hoje chega mais tarde, mas não tarda também chega.
Miguel- Pois, a mana está a jogar... vou ter com ela, pode ser?
Mãe- Claro, mas não se demorem, o jantar está quase pronto.
Miguel- Não tarda estamos aqui, ate porque a minha roupa já não é adequada para jogar... se soubesse não tinha ido para o banho tao cedo.
Mãe- por isso é que não te disse mais cedo, (faz-lhe uma careta)
Miguel- Sabes muito... vá ate já.
Mãe- vai lá, matar o vicio.
Miguel voltou para o seu quarto, viu-se ao espelho e constatou mais uma vez que definitivamente não tinha roupa apropriada para a pratica de futebol, o que deixaria Beatriz desanimada. Depois pensou em Ana e no quanto nessa tarde ela estava linda e mesmo assim jogou com ele.  Foi á janela e ficou a ver Beatriz, dando toques na bola... lembrou-se novamente de Ana e pensou para si "mas agora tudo me trás Ana ao pensamento?!" 
Decidindo-se por fim, saiu, caminhou lentamente até ao campo... Quando Beatriz o vê repara que o seu sorriso vinha mais radiante... 



continua...


5ª Parte...
Quando Ana entrou em casa, o seu pai ainda não tinha chegado, o que a deixou muito satisfeita e aliviada, pois não lhe queria dizer que esteve a jogar, coisa que ele com certeza não iria aprovar.
Olhou a sua roupa, reparou que estava coberta de lama, foi para o banho, vestiu-se, quando vai para o seu quarto e vê a sua bola pensa imediatamente em Miguel e em tudo o que passaram nessa tarde. De repente sacudiu a sua cara como se estivesse a repreender-se por estar a pensar nele.  Absorvida nos seus pensamentos nem deu pela chegada do seu pai, o que faz com que se assuste quando o vê:
Pai- onde estiveste? Porque é que a comida não está feita?
Ana-(em tom de gozo e irritada)- Boa Noite também para si, o dia correu bem, Obrigada por perguntares.
Pai- não sejas insolente, Responde.
Ana- Fui dar uma volta, também tenho direito. A minha vida não é só cozinhar para ti e para o Ricardo.
Pai- Estás cada vez mais impertinente, sempre a reclamar com tudo, eu e a tua mãe fazemos tanto por ti e é assim que nos pagas.
Ana-Tenho, tenho tudo o que preciso referente a bens materiais mas e carinhos, amor, mimos? esses nem vê-los.
Pai- Cala-te! vai cozinhar que é a única coisa que sabes fazer-
Ana- pois vou, assim não te ouço.
O pai já irritado com aquela conversa acaba por sair, Ana começa a cozinhar e as lágrimas que estavam nos seus olhos quase caíram, o que não chegou a acontecer.




continua...


4ª Parte...
Ana vira-se, vê Miguel e esboça-lhe o melhor sorriso que alguma vez ele já viu...
Ana- Olá, achas? ou estás a dar graxa?
Miguel- Olá, eu não te conheço porque daria graxa?
Ana- Também tens razão, mas podes sempre estar a querer "engatar".
Miguel- Não o estou a fazer (já com ar de quem terminava a conversa por ali) se é o que o pensas. Xau não insisto mais.
Ana- Bem, pelo menos posso saber o teu nome?
Miguel- Sim, claro. Chamo-me Miguel, Bruno Miguel.
Ana- Sou a Ana. tens um bonito nome.
Miguel-Mas não me respondeste... que fazes aqui encostada em veres de estar a jogar?
Ana (já corada)- Não vim para jogar... vim ver se te via para pedir desculpa pela maneira como te tratei, apesar de tudo ajudaste-me.
Miguel- É passado. Oh e eu que vinha com uma bola e ia dar uns toques.
Ana- Mas isso resolve-se dá para cá isso, pareces parvo com ela nas mãos.
Sorriram os dois.
Ana começa a correr, posiciona-se na marca de penalti e remata acertando no poste! Miguel que ficara a olhar aplaudiu e disse-lhe
Miguel- Aprendes depressa.
Ana- vais começar com comentários parvos?
Miguel- Não, foi um elogio porra. Baixa as armas.
Ana (irónica)- uii, só delas. Mas Obrigada.
Miguel- E se eu for para a baliza e tu rematares?
Ana (em tom de gozo e brincadeira)- Vai vai, vais sair de lá a chorar.
Miguel- quero ver isso.
As horas passaram a correr, quando deram por estas já eram 18h e o pai de Ana estaria a chegar a casa... o que a deixou preocupada, ia-se despedindo de Miguel quando este lhe perguntou :
Miguel- Porquê tanta pressa?
Ana- Não entendes. A minha vida não é esta, por muito que a queira. Tenho de chegar rapidamente a casa e ela não é propriamente perto. Xau Bruno.
Miguel- Deixa-me levar-te a casa.
Ana- Não dá tenho que ir a correr e penso que não queres isso.
Miguel- Não, Ana, pára! Eu tenho a minha mota ali estacionada, eu levo-te!
Ana- Sendo assim... aceito e fico muito muito agradecida.
Foram andando para a mota, Ana agradeceu mais uma vez... o caminho apesar de um pouco longo pareceu naquele momento o mais curto possível para ambos. Deixou-a em casa, despediram-se... Ana ficou vendo Miguel partir na sua mota, já Miguel ia com um sorriso deslumbrante e radioso.



continua... 

3ª Parte...
Ana estava, agora, em casa... a cozinhar para os seus pais e para o seu irmão Ricardo, de apenas 12 anos. Todavia, Miguel também não lhe tinha saído da cabeça. Mas tinha mais que fazer do que pensar em rapazes, com 17 anos.. já fazia tudo em casa, tratava do irmão, ajudando-o em tudo, arrumava a casa, cozinhava, praticamente ela era a "mulher da casa", a sua mãe trabalhava durante todo o dia e só vinha á noite, normalmente já Ana e Ricardo estavam nas suas camas a dormir.
Durante o jantar o pai de Ana anuncia que inscreveu Ricardo numa escola de Futebol, o que o deixa felicíssimo...
Pai (reparando na expressão da sua filha)- Não estás feliz pelo teu irmão?
Ana- nem sabes o quanto. Mas e eu? Pensaste pelo menos uma única vez em mim?
Pai- Tu! tu o que? Raparigas não jogam futebol. Limita-te a ajudar a tua mãe que bem precisa, isso sim é trabalho de mulher! Futebol é para os homens.
Ana (já com lágrimas nos olhos)- Não é o que faço sempre? Estou morta para fazer 18 anos e sair de casa. MORTA! ouviste bem?
Pai- foste, és e sempre serás uma ingrata!
Ana- sou tua filha. Isso chega.
Acabando de dizer isto, Ana levanta-se da mesa e começa a arrumar a cozinha, Ricardo levanta-se e começa a ajudar a irmã sem dizer qualquer palavra, visto que esta situação o deixava muito entristecido... Quando acabam, Ana dirige-se para o seu quarto, Ricardo olha para ela e nem por isso fala... seguindo-a com o olhar. Finalmente fecha-se na paz do seu quarto, põe os phones e começa a ouvir musica nas alturas, como a acalmava...
Devido a este volume ser totalmente exagerado não se apercebeu que o seu irmão batia á porta, este desiste de tanto insistir, acaba por entrar e senta-se ao lado da cama da irmã em pleno silencio.
Ana quando o vê, dá um salto de tamanho susto
Ana (ainda sobressaltada)- Ai Ricardo assustaste-me!
Ricardo- desculpa não era essa a intenção, eu bati mas não respondeste...
Ana- esperavas que ouvisse e respondesse
Ricardo- Para a próxima eu trago um banco e espero que respondas, tá melhor?
Ana- estamos com muita piadinha estamos, fedelho! Que queres?
Ricardo- Saber uma coisa... (exitante)
Ana- Não!
Ricardo- Não, o que ? Nem disse nada...
Ana- Mas deves querer alguma coisa... e a resposta é não, seja la o que for.
Ricardo (chateado)- que Parva, nem pareces minha irmã. Só queria saber porque não ficaste feliz por mim.
Ana (já ternurenta)- Ohhh! Ricardo, eu fiquei feliz por ti, só que também queria o mesmo... não desperdices esta oportunidade por favor!
Ricardo- Não...mana... terás orgulho em mim. Prometo, serei tão ou melhor que o grande Miguel da melhor equipa da cidade. Prometo-te que vou tentar!
Ana deu-lhe um beijo e pediu-lhe que fosse dormir pois já era tarde, Ricardo obedeceu retribuindo o beijo.
No dia seguinte, Ana voltou ao campo, desta vez sem bola e sem jogo marcado, ela queria encontrar Miguel e pedir-lhe desculpa pela maneira rude que tinha falado, mas não havia sinal dele.
Naquele momento desejou tanto ter ali uma bola, mesmo sem estar com roupa apropriada daria uns toques com bastante agrado. Encostando-se ao poste que limita o campo, começa a imaginar um jogo oficial em que ela participaria, os adeptos, os assobios, os aplausos, toda a adrenalina que se sente num verdadeiro jogo quando de repente sente uma mão no seu ombro e lhe sussurram ao ouvido "o teu lugar é no campo, não aqui parada"...


continua....


2º Parte...
Ana permanecia estática, seguiu Miguel com o olhar de indignada e sem entender a sua intenção. Todavia, lembrou-se do que ele lhe disse, levantou-se fintou a bola com o olhar, posicionou o seu pé de apoio como Miguel sugeriu, impôs-lhe o referido trajecto e conseguiu finalmente acertar onde tanto queria. Sorriu, pegou na bola e dirigiu-se para casa pois já estava a anoitecer.
Miguel tinha voltado ao sitio onde a tinha observado durante o jogo e viu o que aconteceu, também ele sorriu e foi para casa, que ao contrário da da Ana não era nada longe dali.
Quando chegou a casa foi para o seu quarto, deixou a porta aberta pois já esperava que a sua irmã Beatriz, apenas mais nova que ele 1 ano e meio, viesse enche-lo de perguntas relacionadas com o treino e a conversa. Ligou a aparelhagem e deixou-se cair na cama, ainda pensava em Ana e no porquê da sua reacção quando Beatriz entra demasiadamente apressada pelo seu quarto, puxa o puf senta-se e questiona o irmão:
Beatriz- Então mano, como correu?
Miguel- Que queres saber primeiro, da conversa ou do treino? pequenina. Ambas são más noticias...
Beatriz- Aiiiii! Então começa pelo treino...
Miguel- Bem é melhor contar-te tudo de uma vez, não me interrompas Beatriz, não estou com grande paciência hoje...
Beatriz- Ok... conta por favor...
Miguel- Se me interrompes uma única vez, não conto!
(Beatriz olhava-o muito concentrada)
Miguel- Entoa é assim.. não fui ao treino mas fui falar com o mister sobre a possível equipa de futebol feminina, a qual ele nem me deixou argumentar a favor disse logo que não... eu tentei pequenina mas ele insistia na falta de campo e verbas para os treinos. Desculpa.
Beatriz- já esperava, estamos num país de machistas, tudo o que nós... mulheres, queremos temos que lutar e vocês... homens teem tudo de mão beijada. Mas deixa para la, obrigada por tentares mano!
Miguel- Oh Beatriz agora foste feminista, se é que isto existe, em parte tens razão mas não podemos mudar o mundo...
Beatriz- pois... isso eu sei. Posso-te fazer uma pergunta? Puto
Miguel- Beeeeeeeeaaaaaaaatrrrrrrrrizzzzzzzzzzzzz! (num tom muito irritado) quantas vezes já te pedi para não me chamares isso?
Beatriz- é o vicio, desculpa, mas posso?
Miguel- sabes que sim...
Beatriz- porque estás tão pensativo hoje?
Miguel- eu digo mas fica entre nós, estava eu a vir para casa depois de ter ido dar uma volta, quando reparei numa rapariga no campo de terra, aquele que fica mesmo ali em baixo tas a ver? (apontando para o campo, pela janela)
Beatriz- sim sei qual é e tou a ver ! Mas não vejo novidade nisso, Tu babaste por qualquer rabo de saias, Bruno Miguel.
Miguel- isso não é verdade! A novidade é que ela joga mesmo bem futebol, tem um talento esplêndido, nunca vi nada igual... só tu !
Beatriz- ela é ....(exitante)...........bonita?
Miguel- sim é linda!
Beatriz- (a rir-se) só podia, oh mano ficaste foi atraído por ela. como se chama?
Miguel- Não sei... falei um pouco com ela, ou melhor ela discutiu comigo, nem deu hipóteses, tratou-me com sete pedras na mão.
Beatriz- (no gozo com o irmão) topou-te logo, mano!
Miguel já incomodado e aborrecido com aquela conversa manda com uma almofada á irmã.
Miguel- baza do meu quarto fedelha!
Beatriz- Ok puto, boa noite e bons sonhos.
Miguel- Beeeatrizzzzzzz!
Contudo Beatriz já estava na porta do quarto, manda-lhe um beijo e desaparece por entre as paredes da casa...
Miguel, agora no silencio do seu quarto, pensara por momentos em Ana, Serpa que ela pensara nele?!

continua...

1º parte...

Existem sonhos que são completamente absurdos e outros que só lutando por eles e acreditando neles é que vale a pena realizar. Isto aconteceu com Ana, desde catraia que sonhava jogar futebol a nível profissional, mas sendo os seus pais reservados como eram não imaginavam a sua "pequenina" a chegar a casa com nódoas negras e roupa toda suja de lama.
Porém, Ana tinha um sonho, representar a sua Terra e o seu País, sendo determinada como era... jogava com os amigos e tinha um jeito formidável era implacável com qualquer rapaz que lhe tentasse fazer frente.
Um dia, enquanto jogava no campo de terra com os amigos, como habitualmente... não reparou que estava sendo observada por Miguel, o grande jogador da equipa da cidade onde morava. Miguel tinha discutido com o treinador sobre a possível existência de uma equipa feminina de futebol para representação da cidade, pois a sua irmã Beatriz, também tinha, o sonho de jogar, e tanto ou mais táctica que ele para o futebol só não tinha equipa e como a discussão não tinha corrido minimamente bem, Miguel faltou ao treino e decidiu ir espairecer. Quando reparou na Ana a entrar para o campo e se deixou maravilhar pelo aquecimento que ela estava fazendo sozinha, contudo os seus amigos foram chegando e juntando-se a ela.
Miguel observou-a muito atentamente.. reparava e admirava a sua táctica, a sua concentração, a sua força de vontade, força não para se exibir e realçar a sua presença no meio de tantos rapazes mas sim força de luta pela vitoria da sua equipa.
O jogo acabou... alguns tinham que ir para casa, porém era notória na expressão de Ana a vontade que tinha em continuar o jogo. Enquanto que os seus amigos se iam dispersando e desaparecendo pelas ruelas envolventes, Ana permanecia no campo a tentar acertar no poste da baliza. Porém não era só ela que permanecia imóvel no mesmo local, Miguel também ainda se mantinha no mesmo sitio a observa-la.
Num segundo Ana depois de varias tentativas, desiste e senta-se no chão com os braços a esconderem o seu rosto quase lavado em lágrimas. Não reparando que Miguel estava agora a aproximar-se dela... quando chega ao pé desta... finta-a, pega na bola que estava ao seu lado... e diz-lhe num tom meigo:
Miguel- Olá, sabes o teu erro está na posição do teu pé de apoio, se o inclinares um pouco mais para a esquerda e forneceres na bola um trajecto um pouco mais curvilíneo a probabilidade de falhar reduz significativamente.
Ana- E quem julgas tu que és para me vires dar conselhos sobre como devo fazer? Quem és tu?
Miguel- Sou conhecido por toda a cidade e tu não me conheces?
Ana- Não faz parte do meu conceito de viver, meter-me na vida dos outros. És conhecido? Parabéns para ti, nunca te vi mais gordo.
Miguel- O que é que eu fiz para me tratares desse geito?
Ana- O que é que fizeste? Que descaramento. Pensas que por seres rapaz já sabes jogar melhor futebol que eu e por isso podes dar-me conselhos. Sois todos iguais.
Miguel- Não, estás a colocar na minha boca palavras que eu não disse. Apenas te queria ajudar, Jogas muito bem, melhor que alguns rapazes que por ai andam.
Ana- Não me venhas com falinhas mansas... conheço-vos de ginjeira... Até Breve.
Miguel- Mas...
Ana (interrompendo-o)- Penso que saibas o caminho para a saída...
E posto isto Miguel dirigiu-se á porta, sem entender o que de mal tinha feito, e só se questionava e pensava "porque reagiu assim... que mal eu fiz?! Nem o seu nome eu sei..."

continua...

14 comentários:

  1. Gostei, e deduzo que seja uma historia veridica ;)

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  2. Muito poderia dizer sobre no meu comentário sobre esta história. Todavia seria um testamento.
    "saber escutar é uma virtude. Muito se aprende só por escutarmos com atenção e compreensão o que nos dizem.Só depois devemos reagir com a nossa resposta ou decisão. Como se depreende do final deste texto isso aconteceu e levou a um ponto de ruptura e incompreensão. Por acaso já me aconteceu uma coisa do género e desde aí fiquei como se diz na giria de pé atrás ".
    Gostei da história e espero que brevemente a possamos seguir num outro capítulo.
    Felicidades continua

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  3. Agora comento a 2ª parte.
    Desde os tempos que as mulheres são relegadas para papéis secundários na vivência comunitária.De facto é impressionante como neste paìs e agora referente ao teu ponto de vista não se dá a oportunidade ás mulheres no mundo do desporto e em especial no futebol. Por acaso assisti a um jogo de miudos em que também jogavam raparigas. Duas destacavam-se pela positiva no meio dos rapazes. Uma era defesa central e a outra mais pequenina era uma fúria que a todos deixava pregados no chão era endiabrada e diabólica...um talento perdido e desperdiçado.
    bjs
    gostei e continuarei a seguir

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  4. muito muito lindoooo (:
    gostei muito **

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  5. Bom Soraia li de uma assentada 5 capitulo da tua excelente história. Está bem delineada e cativante. Por ela vou-te conhecendo assim como a razão de todos os teus problemas. Como gostaria de ter uma varinha de condão e conseguir uma equipa onde pudesses dar asas ao teu sonho.
    Embora conheça meio mundo no mundo do futebol não conheço ninguém.
    continua a escrever esta história linda e cheia de vida

    beijinhos

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  6. continua a escreve-la, está fantástica! :D

    Consegues prender os leitores, pelo menos a mim sim, sem duvida (:

    estou a espera do novo capitulo :p

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  7. 8ºcap.

    A imaginação e o desabafo de mãos dadas num dedilhar de viola. A música trás-nos um pouco de paz e a ternura que guardamos dentro de nós. A cumplicidade com a amizade e a compreensão são bens necessários nestes momentos , são a mão que nos afaga o ombro onde nos encostamos a voz que nos arranca um sorriso que não sai.

    gostei continua(estou a ser repetitivo mas é o que sinto)

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  8. olá!

    já estou no 12º capitulo da tua história.
    Gostei em especial no 11º a parte referente à rosa foi muito bem conseguida,
    de resto está bem escrita e cativas as pessoas.
    cá fico esperando por mais.
    bjs

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  9. querida gostei imenso do 13ª capitulo!
    A forma como ele trata a Ana de "pequenina" é super carinhosa *.*
    E gostei imenso também do pormenor da estrela :')
    Esta tua história está a ficar linda*
    Fico à espera dos próximos capitulos :D

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  10. Até 15º

    Gostei de voltar á tua história da carta escrita e claro da surpresa deixada. Vamos a ver essa reação da ANA!

    Cá fico enamorado na tua história
    bjs
    gostei

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  11. Estou admirado, pois as ditas miúdas são o ser mais curioso do mundo...
    Mas fez bem em não a abrir, pois isso obrigou-a a pensar e a fazer perguntas e os ses acumulam-se numa auscultação ao seu coração
    Quando a abre está preparada para com melhor lucidez compreender letra a letra palavra a palavra idéia a idéia o que lá deve estar escrito

    beijinhos continuo a gostar e as ameaças não vêm acompanhadas de margaridas o que adoça mais a espera...

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  12. Bem mas que curiosidade !
    Também me chamo Ana e jogo numa equipa feminina de futebol ahah.
    Estou a gostar imenso da história (:
    Espero que continues, estou ansiosa de saber mais coisas!
    Beijinho

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  13. Bom continua a escrever esta história...
    está muito linda e bem escrita

    Sem querer criticar mas antes que a tua escrita seja perfeita, atenção pois há alguns erros.
    Se os puderes evitar melhor, mas isto não influi no traço da história nem de ela se tornar mais linda ela é linda e bem construída.

    bjs

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  14. já não lia a tua historia há imenso tempo...mas gostei imensooo!!!
    não vais escrever o resto ?
    beijinho*

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